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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Misericórdia e Reconciliação

Reflexão sobre a misericórdia de Deus e a reconciliação

Difícil mesmo é colocarmos em prática o que Jesus nos ensinou, a todos nós cristãos católicos ou protestantes: "Aprendei de mim, porque sou simples e humilde de coração". A misericórdia de Deus é tão grande e abrangente, que transcende o nosso entendimento. Em nossa pequenez, não conseguiremos entender - mas aceitamos pela fé - como foi possível a Deus deixar a Sua glória e majestade, descer à terra, fazer-se homem, habitar em nosso meio, apresentar um excelso plano de salvação para a humanidade e derramar seu sangue por nós. Que sacrifício! Tudo por amor, amor que também não compreendemos. Há um princípio bíblico. Como fazer a reconciliação? Quem possui maior luz dá os primeiros passos. Bem aventurados os pacificadores e  limpos de coração. "O Juízo será SEM MISERICÓRDIA sobre aquele que não fez misericórdia" (Tg 2.13). "Deus, que é riquíssimo em misericórdia (piedade), pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos deu vida juntamente com Cristo" (Ef 2.4-8).
 
Em Cristo
Pr. Airton Evangelista da Costa


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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

As Parábolas de Jesus


        As parábolas do Senhor podem ser resumidas em duas categorias: as do Reino, mostrando Israel como a nação escolhida entre todas as outras nações; e as de caráter mais profundo, descrevendo a obra de Deus imersa no oceano de Sua graça em relação à humanidade perdida. As primeiras são dispensacionais e constam principalmente dos dois primeiros evangelhos (sinópticos), conforme é demonstrado em Seu ministério na Galileia, enquanto as últimas descem até a raiz moral da separação de Deus e a maneira como Ele veio reabilitar e reinstalar a criatura. [A diferença entre o Cristianismo bíblico e todas as demais religiões é que estas tentam alcançar Deus, enquanto no Cristianismo é Deus Quem desce para alcançar o homem].

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Os Nomes de Jesus

www.nomes-biblicos.blogspot.com
Os Nomes de Jesus
        Os nomes dados ao Senhor são os sete a seguir:
Jesus / Cristo /Senhor /Jesus Cristo /Cristo Jesus/ Filho do Homem e Filho de Deus.
        Tão pouca atenção tem sido dada a estes títulos do Senhor Jesus Cristo que poucos sabem se existe alguma significação na escolha e ordem dos mesmos. Vejamos a importância da exatidão, mediante a observação e o estudo detalhado destes títulos. Tantas são as variações que somente nas epístolas de Paulo existem 17 combinações diferentes das palavras “Senhor”, “Jesus” e “Cristo”. Isto inclui o artigo definido e, em três casos, o adjetivo “nosso”.
        A não ser que estas palavras sejam usadas aleatoriamente, deve existir uma razão pela qual, quando determinadas palavras são usadas, nenhuma outra palavra teria correspondido ao mesmo propósito. Por exemplo, quando dizemos “Jesus Cristo” devemos crer que “Cristo Jesus” não seria apropriado...
        Cheguei a esta conclusão, por ter contado o número de ocorrências de cada nome e nas várias combinações. Quando descobri que a Ressurreição foi a grande linha de demarcação, não foi difícil chegar ao motivo dessas nomeações. Quando descobri que nos evangelhos, a palavra “Jesus” ocorre 612 vezes e nos outros livros, apenas 71 vezes (além das 38 vezes que ela ocorre no Livro de Atos), enquanto em todos os evangelhos a palavra “Cristo” sozinha ocorre apenas 56 vezes e nos outros livros, 256 vezes, a razão ficou bem clara. Vejamos estes nomes pela ordem:
JESUS - (Iesus) - Este nome significa não apenas “um Salvador”, pois existe outra palavra para ele. Realmente ele significa “Jeová, nosso Salvador”. Em Mateus 1:21, lemos: “E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”. Este foi, portanto, o Seu nome na vida terrena e foi com Ele associado como sendo Aquele que carregou sobre Ele os pecados da humanidade; o servo sofredor, o homem de dores. Este foi o nome de Sua humilhação e vergonha. Foi o nome sob o qual Ele foi crucificado, o qual foi posto sobre a cruz: “ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS” (Mateus 27:37).
       Então, observem que, embora o nome “Jesus” ocorra 683 vezes, ele jamais ocorre junto com um adjetivo. Devemos aprender cuidadosamente o que é omitido, bem como o que está escrito, e não digamos, como os cristãos sentimentais [principalmente os carismáticos]: “Bendito Jesus”, “Amado Jesus”, “Doce Jesus” “Lindo Jesus”, etc. Nada pode ser acrescentado à absoluta perfeição de Sua Pessoa, de suas obras e da Sua maneira de agir. Ele não precisa de adjetivo algum para ser apresentado.
        Devemos ser também exatos no uso de nossas expressões. Se fossemos mais cuidadosos neste assunto não haveria tantas diferenças entre nós. Por exemplo, a expressão “em Jesus” não é bíblica. Ela ocorre apenas uma vez na versão inglesa da 1 Tessalonicenses 4:14, porém, conforme o original grego, deveria ser “por” ou “através” de Jesus “Vosso em Jesus” é escrito na correspondência epistolar, porque os autores não observaram que nunca deveria ser dito como “estando em Jesus”, mas, como vemos atualmente, sempre “em Cristo”.
        Como já foi dito, Jesus foi o Seu nome terreno e o sofrimento, a dor e a morte foram o seu quinhão na Terra. Deus O ressuscitou dos mortos e, então, tudo se transformou, quando Ele passou a ser chamado “Senhor e Cristo” (Atos 2:36). Deus ordenou que toda a cena do Seu sofrimento se tornasse a cena da Sua glória, quando, segundo Filipenses 2:10,11, “Ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai”.
         Desse modo, sempre que vocês encontrarem o nome “Jesus”, sozinho, ele vai levá-los ao “homem de dores”, “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:6-8).
CRISTO - (Christos) - Este nome significa “ungido”. Ele fala de Cristo como sendo “O Ungido”. Ele foi ungido para executar o gracioso pacto de Jeová: “Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo” (João 1:9), judeus e gentios. [É lamentável constatar ignorância dos líderes pentecostais, que afirmam ser “ungidos”].
        Conforme foi dito antes, este nome ocorre 56 vezes nos quatro evangelhos, sempre precedido do artigo o, como “o Cristo”, seu título oficial. Ele foi o Cristo que veio para os Seus e se tornou bênção para Israel, mesmo não tendo sido recebido pelo Seu povo. Israel não conheceu o dia de Sua visitação e Nele não viu beleza alguma para que pudesse desejá-Lo. Mas, agora, como ressuscitado de entre os mortos, Ele se tornou a Cabeça da Igreja, que é o Seu Corpo, “O Ungido”,  para abençoar o Seu povo.
        Nos outros livros, devemos ler 256 vezes que Ele é apresentado como ressuscitado e glorificado, definindo a posição do crente como justificado e aceito Nele. A partir daí, é sempre dito que os crentes estão “em Cristo” (não “em Jesus”), ressuscitados com Ele, elevados aos céus, “abençoados com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Efésios 1:3). Conectando nossa posição com Ele, como Cristo, nossa responsabilidade é tê-Lo como Senhor.
SENHOR (Kurios) - Este título, pela sua significação, apresenta o Senhor Jesus Cristo como Aquele que é Dono, ou seja, que tem todo o poder e autoridade. Sempre que encontramos este título, haverá este pensamento a ele conectado. É um título que demanda privilégios e responsabilidade pela nossa posição e permanência “em Cristo”. Todas as condições de nossa vida devem estar a Ele  associadas como sendo Ele o “Senhor”.
O que Ele exige dos Seus seguidores
Matrimônio - Casar somente no Senhor, não simplesmente “em Cristo”.  Isto significa casar somente com um cristão e ainda dizer: ”Se o Senhor permitir”. Devemos reconhecer a Sua autoridade em todos os nossos caminhos.
Esposas - “Estai sujeitas a vossos próprios maridos, como convém no Senhor”. (Colossenses 3:18).
Filhos - “VÓS, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa” (Efésios 6:1-2).
Servos - “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens” (Colossenses 3:23).
Crentes - Observar 1 Coríntios 11 sobre a Ceia do Senhor. Como o Senhor Jesus Cristo ordenou: “Fazei isto em memória de mim”.  (verso 24).
Incrédulos - “Ninguém pode dizer que Jesus é o SENHOR, senão pelo Espírito Santo”. (1 Coríntios 12:3).
        Ninguém deve dizer apenas que Ele é Jesus ou Cristo, mas dizer que Ele é “SENHOR” e SALVADOR, a Ele submetendo toda a nossa vontade e tomando o seu jugo suave. Esta é a obra do Espírito Santo.
JESUS CRISTO - Nesta combinação de nomes, a ênfase deve recair sobre o primeiro, devendo o nosso pensamento ser transferido do que Ele fez por nós, na cruz, para o que Ele é, agora,  passando de Sua humilhação para a Sua exaltação. Quando lemos este título, devemos traduzi-lo assim: “Aquele que se humilhou, agora é exaltado” ou “O sofredor agora é glorificado”. Em cada um desses nomes encontramos a mais notável exatidão.
CRISTO JESUS - Este nos leva ao sentido contrário: o glorificado, que antes foi humilhado. O exaltado, que antes sofreu e morreu na cruz.
        Todo o Novo Testamento está repleto de exemplos. Mesmo assim, não é fácil encontrar cada passagem igualmente clara. Algumas vezes a passagem é percebida imediatamente, dando o pensamento do contexto; outras vezes é o contexto que vai mostrar a razão pela qual os títulos são usados numa ordem especial.
Vejamos Filipenses 2:5: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” Por que “Cristo Jesus” aqui? Por que não “Jesus Cristo”? Porque o pensamento do contexto é passar do que Ele foi para o que Ele é. O próximo verso explica: “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus...” (Filipenses 2:6). Em Filipenses 1:1-2, lemos: ”PAULO e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus , que estão em Filipos, com os bispos e diáconos: PAULO e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus , que estão em Filipos, com os bispos e diáconos”. Aqui, os apóstolos eram servos do Jesus Cristo, agora exaltado. Eles eram servos Daquele que os enviou, tendo sido o próprio Cristo um SERVO, em Sua humilhação.
FILHO DO HOMEM - Este título O apresenta em Sua forma humana, como sendo “segundo homem” e o “último Adão”.
FILHO DE DEUS -  Este título O revela em Sua natureza divina, em Sua relação com Deus o Pai. Por isso é que todos os que nEle crêem são feitos “filhos de Deus”.
         É muito importante observarmos o uso e a escolha destes nomes. Às vezes eles ocorrem com íntima proximidade. Em João 5:25, lemos: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão”. É como o Filho de Deus que Ele vai ressuscitar os mortos. Em João 5:26, lemos: “Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo”. É como “Filho do Homem” que Ele vai julgar os vivos e os mortos, conforme está escrito em Atos 17:31: “Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”
            Que os crentes sejam exatos não apenas na leitura e no estudo da Bíblia, mas na maneira de interpretar o que nela está escrito, [Nota: pois muitos falsos mestres vão usá-la para os seus próprios objetivos, incutindo falsos ensinos nas mentes dos membros de suas igrejas, segundo diz Paulo em Filipenses 3:18-19: ”Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas”.]
        Irmãos: sentem-se diante da Bíblia aberta, pedindo que o Espírito Santo lhes dê toda a compreensão necessária de  Sua Palavra Santa, a fim de que todo o propósito de Deus seja realizado.
       Muitos afirmam que “Deus não quis dizer exatamente assim”... Mas o Espírito quis dizer exatamente o que  Ele diz. Por exemplo, quando Ele diz Jerusalém ou Sião, por que os falsos mestres afirmam que Ele quis dizer “igreja”? Israel é Israel, a nação que Ele permitiu entrar em compasso de espera, até que venha a plenitude dos gentios. Mas, a igreja é a igreja, [a qual deixará de existir na Terra, após Arrebatamento].

“The Names of Jesus” - E.W. Bullinger
Traduzido e adaptado por Mary Schultze, em 21/10/2010. www.maryschultze.com



Deve o cristão guardar o sábado ?

Deve o cristão guardar o sábado ?
Por Ronald E. Watterson
Introdução
O sábado é mencionado freqüentemente na Bíblia, especialmente no Velho Testamento. Estas constantes menções indicam que o assunto é muito importante e merece um estudo cuidadoso.
Em nossos dias é um assunto polêmico, mas nem por isso devemos deixar de examiná-lo. Devemos, sim, deixar de lado o que os homens falam e considerar o que as Escrituras Sagradas dizem a respeito. Vamos observar primeiramente o que a Bíblia revela sobre

A História do Sábado
Embora não encontremos a palavra "sábado", na Bíblia, até chegarmos em Êxodo capítulo 16, cerca de 2.500 anos depois de Adão, a doutrina do sábado começa com a criação do homem, quando Deus trabalhou seis dias e no sétimo dia descansou de toda a Sua obra. “E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou" (Gênesis 2:3).
Apesar do silêncio da Palavra de Deus quanto ao sábado, nos primeiros 2.500 anos da história humana, é provável que os fiéis o observassem durante aquele tempo. Quando Israel estava no deserto, Deus lhes deu o maná durante seis dias e avisou que no sétimo dia não haveria maná, pois aquele dia era "o santo sábado do Senhor" (Êxodo 16:23). Esta declaração, sem nenhuma explicação, leva-nos a crer que o sábado não lhes era desconhecido. Notemos, a seguir,

O Sábado Dado a Israel
Nos dias de Moisés o sábado foi dado à nação de Israel (Êxodo 16:29) e a partir daquele tempo a sua história fica mais clara. Ele foi incluído nas leis da aliança que Deus fez com Israel, sendo escrito pelo dedo de Deus na tábua de pedra, e também por Moisés no Livro da Lei (Êxodo 24:4; Deuteronômio 31:24).
Entre as outras leis, o sábado assumiu um lugar destacado para Israel, pois Deus o deu por sinal da aliança. Assim como Deus estabeleceu a circuncisão como sinal da aliança que fez com Abrão (Gênesis 17:11), o sábado foi estabelecido como sinal da aliança entre o Senhor e Israel (Êxodo 31:13, 17 e Ezequiel 20:12).
O sábado não foi dado às outras nações, mas exclusiva- mente a Israel, como sinal da sua posição privilegiada, em concerto com o Senhor. Este fato é confirmado quando Moisés exortou o povo e disse: “E que nação há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje ponho perante vós?” (Deuteronômio 4:8). A lei, incluindo o sábado, foi dada com exclusividade a Israel. Notemos, ainda,

O Sábado Ampliado
Ao dar o sábado a Israel, Deus o ampliou. A partir daquele tempo o sábado não seria apenas o sétimo dia de cada semana: mais dias além do sábado seriam “sábados do Senhor”. O Dia da Expiação, por exemplo, que é o décimo dia do sétimo mês, seria “sábado de descanso” (Levítico 16:29-31), mas este dia poderia cair no começo, no meio, ou no fim da semana, dependendo do ano.
A terra também teria o seu sábado. O povo poderia cultivar a terra seis anos, mas o sétimo seria “sábado de descanso para a terra, um sábado ao Senhor” (Levítico 25:4). Naquele ano não poderiam semear o campo, nem podar a vinha. Mas convém que notemos, agora,

O Sábado Profanado
Israel foi infiel; não guardou os sábados ao Senhor. Profanou o sábado ainda no deserto, antes mesmo de entrar na terra prometida.
Referindo-se àqueles anos no deserto, Deus disse: "E também lhes dei os Meus sábados... mas... a casa de Israel se rebelou contra Mim no deserto... e profanaram grandemente os Meus sábados” (Ezequiel 20:12-13). Após a entrada na terra, a avareza levou o povo a considerar o sábado como um peso desagradável e difícil de suportar. Diziam: “Quando passará... o sábado, para abrirmos os celeiros de trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo...”(Amós 8:5). Tal hipocrisia era insuportável a Deus e a repreensão veio nas palavras do profeta: “... o incenso é para Mim abominação... e os sábados; ... não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene" (Isaías 1:13).

O Sábado Interrompido
Por causa daquela iniquidade e hipocrisia, Deus tirou de Israel os Seus sábados. Ele disse, por meio do profeta: “E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados...”(Oséias 2:11). Ele afirmou ainda, através de Jeremias: “... o Senhor, em Sião, pôs em esquecimento a festa solene e o sábado, e na indignação da Sua ira rejeitou com desprezo o rei e o sacerdote” (Lamentações 2:6).
O Sábado Reestabelecido
Apesar da profanação do sábado por parte de Israel, Deus não abandonou o Seu propósito. Ele ainda há de restaurar o Seu povo e esta nação ainda guardará os sábados ao Senhor. As promessas feitas a Abrão serão cumpridas e o sábado será observado. Descrevendo aqueles dias gloriosos que ainda estão por vir, Ezequiel fala dos holocaustos e das ofertas que serão trazidas nas luas novas e nos sábados (Ezequiel 45:17). O mesmo profeta fala da porta do átrio interior do templo que será reconstruído e diz que “estará fechada durante os seis dias, que são de trabalho; mas no dia de sábado ela se abrirá” (Ezequiel 46:1; veja também Ezequiel 46:3, 4, 12). Agora, voltemos a nossa atenção para

Um Detalhe Importante
Considerando a história do sábado, é importante observar que não há mandamento algum para a igreja guardar o sábado. E isto não é uma omissão. Deus não omitiu da Sua Palavra coisa alguma que fosse necessária ao Seu povo (veja 2 Timóteo 3:16-17). Longe de apresentar qualquer mandamento para guardar o sétimo dia, o Novo Testamento mostra que o cristão que estima um dia acima do outro é um cristão fraco (Romanos 14:1-6). Reforçando isto, Paulo disse, escrevendo aos Colossenses: “Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados” (Colossenses 2:16).
Vemos, ainda, que, na carta aos Gálatas, escrita a igrejas que estavam começando a guardar dias, Paulo disse: “Mas agora, conhecendo a Deus... como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias... receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco” (Gálatas 4:9-11). Esta preocupação do Apóstolo com relação aos gálatas deixa muito claro que o cristão que guarda o sábado, ou qualquer outro dia, está cometendo um erro gravíssimo e está jogando por terra a obra que Deus está fazendo.

O Propósito e o Significado do Sábado
Um dia, quando o Senhor passava pelas searas, com Seus discípulos, estes começaram a colher espigas e foram severamente critica- dos pelos fariseus (veja Marcos 2:23-28). Respondendo as críticas, o Senhor afirmou ser o Senhor do sábado e revelou, pelo menos em parte , o propósito do mesmo.
Para o Homem
Ele disse: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (verso 27). O sábado nunca foi uma restrição, ou uma exigência pesada que Deus impôs ao homem, mas sim uma bênção. Deveria ser uma ocasião alegre e benéfica para o homem.
No Velho Testamento vemos a maneira como este dia deveria ser uma bênção para o homem. Traria benefícios físicos, pois seria um dia de descanso depois de seis dias de trabalho (Êxodo 20:10). Quando esta lei foi dada a Israel, Deus relacionou este descanso semanal com a Sua própria obra na criação: “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar, e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia de sábado, e o santificou”(Êxodo 20:11).
Quando, porém esta lei foi repetida na campina ao oriente do Jordão, Deus mencionou outro propósito do sábado. “Guarda o dia de sábado...seis dias trabalharás.. . mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho nele...Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido” (Deuteronômio 5:l2-13).
O sábado, portanto, seria um dia de descanso físico e também seria um dia de recordação das bênçãos recebidas do Senhor. Seria uma bênção para o corpo e também para a alma.

Para Deus
Foi de fato uma dádiva preciosa que Deus deu ao povo de Israel (Êxodo 16:29), mas convém observar que não é somente “o sábado do Senhor” (Êxodo 16:23), é também “um sábado ao Senhor” (Êxodo 31:15). Ao mesmo tempo que proporcionava descanso e refrigério ao homem, deveria proporcionar algo também a Deus. Ao deixar de lado a preocupação com as coisas materiais, o homem deveria ocupar-se com as coisas espirituais, e assim Deus receberia adoração e louvor.
Além do propósito imediato de proporcionar ao homem descanso e trazer a Deus honra e louvor, havia algo mais, na celebração do sétimo dia. Era uma sombra “das coisas futuras” (Colossenses 2:17). Vejamos vários aspectos disto.

O Descanso em Canaã
Logo que o pecado entrou no jardim do Eden, o descanso de Deus foi interrompido e Ele se pôs a trabalhar (João 5:17). O sábado não se
ria mais uma expressão do descanso do Criador, mas sim, uma sombra dum descanso futuro, baseado na obra perfeita terminada pelo Senhor Jesus Cristo.
Em primeiro lugar, prefigurava o descanso que Deus queria dar ao povo de Israel em Canaã. Moisés disse àquele povo: “Até agora não entrastes no descanso ...mas passareis o Jordão, e habitareis na terra que vos fará herdar o Senhor vosso Deus; e vos dará repouso dos vossos inimigos... ”(Deuteronômio 12:9-10).
Num sentido limitado, este descanso foi alcançado nos dias de Josué, pois “o Senhor lhes deu repouso em redor, conforme a tudo quanto jurara a seus pais”(Josué 21.44).
O descanso em Canaã não permaneceu (Hebreus 4:8), e Deus falou ainda dum descanso futuro (Salmo 95:8-11).

Descanso para o Mundo no Milênio
Um dia Satanás será preso no abismo (Apocalipse 20:1-3); todo inimigo será derrotado (1 Coríntios 15:25); a criação deixará de gemer (Romanos 8:22-23); e a terra há de gozar o seu sábado. O profeta anunciou isto ao dizer: “Já descansa, já está sossegada toda a terra! exclamam com júbilo” (Isaías 14:7). O mesmo profeta ainda disse: ”E acontecerá naquele dia que a raiz de Jessé, a qual estará posta por estandarte dos povos, será buscada pelos gentios; e o lugar do seu repouso será glorioso”(Isaías 11:10).

O Descanso Eterno
Este maravilhoso descanso milenar, porém não perdurará. Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, liderando uma última rebelião contra Deus.
Mas ele será derrotado, e lançado no lago de fogo. Os mortos serão julgados e haverá um novo céu e uma nova terra onde habita a justiça (2 Pedro 3:13 e Apocalipse 21:1). Deus será tudo em todos e será glorificado naquele descanso eterno.

O Descanso presente em Cristo
O sábado é a sombra; a substância é Cristo (Colossenses 2:16-17). Por isto, não nos ocupamos mais com a sombra; temos a substância. Não guardamos o sábado; descansamos em Cristo. Esta verdade é apresentada mais detalhadamente na carta aos Hebreus.

O Sábado à Luz de Hebreus 3 e 4
A carta aos Hebreus mostra a superioridade de Cristo. Ele é Deus (capítulo 1) e, portanto, superior aos anjos. Ele Se fez homem (capítulo 2), mas continua superior a todos os homens. Os capítulos que estamos considerando mostram como Ele é superior a Moisés e a Josué. Estes não conseguiram dar ao povo aquele descanso verdadeiro, mas nós, pela fé no Senhor Jesus Cristo, já entramos no repouso (4:3).

O Repouso
A questão do repouso é introduzida com uma citação do Velho Testamento, tirada do Salmo 95:8-11, já anteriormente citada no capitulo 3:7-11. O escritor quer demonstrar que o Senhor Jesus é maior do que todos os homens. Os que saíram do Egito deveriam ter entrado no descanso em Canaã, mas pela desobediência e incredulidade, seus corações foram endurecidos e Deus jurou na Sua ira que não entrariam no Seu descanso. Este facto serve de exortação aos leitores, para que não venham a cair no mesmo erro (3:12-13). Poderiam ter ouvido as boas novas, mas se o coração se endurecesse pelo engano do pecado não entrariam no repouso desejado (3:13).
Muitos têm mal interpretado esta passagem e, nela baseados, afirmam que o crente pode perder a salvação, mas veja bem que não é isso o que o texto sagrado diz. O que Deus afirma é: “A qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim” (3:6). Note bem que não diz que “seremos”, mas que “somos”, agora, no presente, a casa de Deus. Ele não diz que somos enquanto conservarmos firme, mas que já somos a casa de Deus se conservarmos firme. Isto é, a palavra “se”, neste caso, não introduz uma condição, mas, sim, uma evidência. Os hebreus, a quem a carta foi dirigida, professavam ser a casa de Deus, mas alguns poderiam não ser verdadeiros. A realidade da sua profissão de Fé seria manifesta pela sua permanência. Veja isto com mais clareza no versículo 14 – “...nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim”. O verbo “tornamos”refere-se a algo já acontecido — é o tempo perfeito no texto original. Ele não está dizendo que vamos participar de Cristo se retivermos firmemente, e, sim, que já participamos de Cristo há muito tempo. A palavra se, no caso, não é condicional, pois se o fora, o versículo não teria sentido. O ensino claro destes dois versículos é que aquele que permanece é aquele que creu e aquele que não permanece demonstra que nunca creu.
No capítulo 4 o Espírito volta a destacar o perigo de não entrar no repouso de Deus: “Temamos, pois que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás” (verso 1). Observe, porém, que o texto não fala da possibilidade de ser expulso dum repouso já alcançado, mas, sim, da possibilidade de não chegar a entrar no repouso esperado. É isto o que vemos no Salmo 95: a geração que saiu do Egito não entrou em Canaã. É isto, também, o que Hebreus 4 ensina: alguns que querem entrar no repouso de Deus poderão não entrar. Aqueles que saíram do Egito, ouviram as boas novas e esperavam entrar, mas caíram no deserto. Como o texto afirma, nada disto lhes aproveitou, porquanto não estava misturado com a fé. É póssível ouvir as boas novas e abandonar o mundo e, contudo, não entrar no descanso porque, na realidade, não creu.
Mas o contraste no versículo seguinte é notável: “Nós, os que temos crido, entramos no repouso” (verso 3). Aqui vemos novamente que a fé é o meio pelo qual entramos no repouso. Eles (verso 2) não entraram porque não creram; nós (verso 3) entramos (presente) porque temos crido (passado). Quem não crê, não entra. Quem creu, já entrou.
Tudo é relacionado com o descanso de Deus no sétimo dia (verso 4), mostrando que aquele repouso de Deus na obra completada pela criação era uma sombra do repouso que o crente tem agora em Cristo. No versículo 5 vemos mais uma vez que o incrédulo jamais entrará neste descanso.
A partir do versículo 6, o Espírito Santo torna a falar do descanso concedido em Canaã, mostrando que não correspondeu plenamente à sombra, pois, de outra sorte, Davi não teria, no Salmo 95, falado de outro dia. Isto leva logicamente à conclusão de que “resta ainda um repouso (literalmente, “um sábado de repouso”) para o povo de Deus” (verso 9).
O sábado do Velho Concerto, portanto, era uma sombra do descanso que gozamos hoje em Cristo.
O assunto é concluído com uma afirmação e uma exortação.
A afirmação: “Aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou das suas obras, como Deus das Suas” (verso 10). Quando descobrimos que as nossas tentativas de alcançar a vida eterna eram inúteis e deixamos de confiar em nossas justiças, orações, obras, etc., e confiamos no Senhor Jesus Cristo e no valor da obra consumada na cruz, descansamos das nossas obras e entramos no descanso de Deus.
A exortação: É dirigida àqueles que ainda não entraram no repouso de Deus e diz: “Procuremos entrar... para que ninguém caia no
mesmo exemplo de desobediência” (verso 11).

A Conclusão
O Sábado foi uma dádiva preciosa que Deus concedeu ao povo de Israel, mas aquele povo não apreciou. Era uma parte integrante daquela Lei do Velho Concerto e traz lições preciosas para nós, cristãos, no dia de hoje, sendo uma sombra do nosso descanso espiritual em Cristo.Mas aquela “cédula que era contra nós” foi riscada (literalmente, apagada, como quando se apaga o que foi escrito numa lousa) e tirada do meio de nós pela cruz de Cristo (Colossenses 2:14). Continuando este ensino, o Espírito Santo pergunta: “Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam AINDA de ordenanças... ?” (Colossenses 2:20).
Nesta Escritura Deus mostra claramente que o cristão não deve guardar a Lei do Velho Concerto (isto inclui o sábado), pois tal lei foi apagada e tirada do meio de nós. Na carta aos Gálatas, porém, Deus apresenta, por meio duma alegoria, a nossa responsabilidade nesta parte.
Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Na alegoria, Agar, a escrava, representa o Velho Concerto firmado no monte Sinai, enquanto Sara representa o Novo. Na conclusão da alegoria, Deus diz: “Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre” (ver Gálatas 4:21-31). Temos a responsabilidade de lançar fora o Velho Concerto, bem como as conseqüências que ele produz, pois de modo algum poderão os dois Concertos conviver um com o outro.
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Portanto, em Colossenses vemos o lado divino desta mudança — Ele apagou a “cédula”, tirando-a do meio de nós (Colossenses 2:14), mas em Gálatas vemos o lado humano — nossa responsabilidade de lançar fora o Velho Concerto, inclusive o sábado.


Nota do Distribuidor: Por favor, leia na sua Bíblia todas as citações contidas neste artigo para não parecer que o autor apresenta a sua opinião pessoal, mas verifique que seus argumentos são fortemente fundamentados na Palavra de Deus.
RONALD E. WATTERSON é um Ministro Evangélico vinculado ao Movimento dos Irmãos Como Ensinador Bíblico Itinerante, tem a sua base missionária na cidade de Descalvado, Estado de São Paulo. É autor do livro Apocalipse Versículo por Versículo, tendo também escrito diversos livretos e artigos doutrinários em defesa da Fé.


A Marca da Besta

A Marca da Besta.

Dentre todos os tópicos da Bíblia, talvez a marca da besta seja o que mais tem suscitado especulações e argumentações ridículas e bombásticas. Cristãos e não-cristãos debatem o significado de seu valor numérico. Mas o que diz, realmente, o texto bíblico?
O Número 666: Marca Registrada da Tribulação?
A questão central da Tribulação é: Quem tem o direito de governar, Deus ou Satanás? Deus vai provar que é Ele quem tem esse direito. Pela primeira e única vez na história, as pessoas terão uma data limite para aceitarem o Evangelho. Por enquanto, todos podem aceitar ou rejeitar essa mensagem em diferentes momentos da vida; alguns o fazem na infância, outros no início da fase adulta, outros na meia-idade, e alguns até na velhice. Mas, quando vier a Tribulação, as pessoas terão que tomar essa decisão de forma imediata ou compulsória por causa da marca da besta, de modo que toda a humanidade será deliberadamente dividida em dois segmentos. O elemento polarizador será precisamente a marca da besta.
A Bíblia ensina que o líder da campanha em defesa da marca da besta será o falso profeta, que está ligado à falsa religião (Ap 13.11-18). Apocalipse 13.15 deixa claro que o ponto-chave em tudo isso é adorar "a imagem da besta". A marca da besta é simplesmente um meio de forçar as pessoas a declararem do lado de quem estão: do Anticristo ou de Jesus Cristo. Todos terão que escolher um dos lados. Será impossível manter uma posição neutra ou ficar indeciso com relação a esse assunto. A Escritura é muito clara ao afirmar que os que não aceitarem a marca serão mortos.
O falso profeta vai exigir uma "marca" em sinal de lealdade e devoção à besta, e essa marca será "sobre a mão direita" – não a esquerda – "ou sobre a fronte" (Ap 13.16).
Toda a humanidade será forçada a escolher um dos lados: "...todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos" (Ap 13.16). O Dr. Robert Thomas comenta que essa construção retórica "abrange todas as pessoas, de todas as classes sociais, [...] ordenadas segundo sua condição financeira, [...] abrangendo todas as categorias culturais [...]. As três expressões são um recurso estilístico que traduz universalidade".[1] A Escritura é muito específica. O falso profeta vai exigir uma "marca" em sinal de lealdade e devoção à besta, e essa marca será "sobre a mão direita" – não a esquerda – "ou sobre a fronte" (Ap 13.16).
A palavra "marca" aparece em muitas passagens da Bíblia. Por exemplo, ela é usada várias vezes em Levítico, referindo-se a um sinal que torna o indivíduo cerimonialmente impuro, e está geralmente relacionada à lepra. É interessante notar que o modo como Ezequiel 9.4 usa a idéia de "marca" é semelhante ao de Apocalipse: "E lhe disse: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal a testa dos homens que suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela". Nessa passagem, o sinal serve para preservação, assim como o sangue espalhado nas ombreiras das portas livrou os hebreus durante a passagem do anjo da morte, como relata o Livro do Êxodo. Em Ezequiel, a marca é colocada na fronte, semelhantemente à do Apocalipse. Todas as sete ocorrências da palavra "marca" ou "sinal" (gr. charagma) no Novo Testamento em grego, encontram-se no Livro do Apocalipse, e todas se referem à "marca da besta" (Ap 13.16,17; 14.9,11; 16.2; 19.20; 20.4). O Dr. Thomas explica o significado desse termo na Antigüidade:
A marca deve ser algum tipo de tatuagem ou estigma, semelhante às que recebiam os soldados, escravos e devotos dos templos na época de João. Na Ásia Menor, os seguidores das religiões pagãs tinham prazer em exibir essas tatuagens para mostrar que serviam a um determinado deus. No Egito, Ptolomeu IV Filopátor (221-203 a.C.) marcava com o desenho de uma folha de trevo os judeus que se submetiam ao cadastramento, simbolizando a servidão ao deus Dionísio (cf. 3 Macabeus 2.29). Esse significado lembra a antiga prática de usar marcas para tornar pública a fé religiosa do seu portador (cf. Isaías 44.5), e também a prática de marcar os escravos a fogo com o nome ou símbolo de seu proprietário (cf. Gl 6.17). O termo charagma ("marca") também era usado para designar as imagens ou nomes dos imperadores, cunhadas nas moedas romanas e, portanto, poderia muito bem aplicar-se ao emblema da besta colocado sobre as pessoas.[2]
Alguns se perguntam por que foi usado um termo tão específico para designar a marca do Anticristo. Essa marca parece ser uma paródia do plano de Deus, principalmente no que se refere aos 144.000 "selados" de Apocalipse 7. O selo de Deus sobre Suas testemunhas muito provavelmente é invisível e tem o propósito de protegê-las do Anticristo. Por outro lado, o Anticristo oferece proteção contra a ira de Deus – uma promessa que ele não tem condições de cumprir – e sua marca é visível e externa. Como os que receberem a marca da besta o farão voluntariamente, é de supor que as pessoas sentirão um certo orgulho de terem, em essência, a Satanás como seu dono. O Dr. Thomas afirma: "A marca será visível e identificará todos os que se sujeitarem à besta".[3]
Uma Identificação Traiçoeira
Verificação da identidade pela leitura da íris. O Anticristo fará uso da moderna tecnologia.
Além de servir como indicador visível da devoção ao Anticristo, a marca será a identificação obrigatória em qualquer transação comercial na última metade da Tribulação (Ap 13.17). Este sempre foi o sonho de todos os tiranos da história – exercer um controle tão absoluto sobre seus vassalos a ponto de decidir quem pode comprar e quem pode vender. O historiador Sir William Ramsay comenta que Domiciano, imperador romano no primeiro século, "levou a teoria da divindade Imperial ao extremo e encorajou ao máximo a ‘delação’; [...] de modo que, de uma forma ou de outra, cada habitante das províncias da Ásia precisava demonstrar sua lealdade de modo claro e visível, ou então era imediatamente denunciado e ficava impossibilitado de participar da vida social e de exercer seu ofício".[4] No futuro, o Anticristo aperfeiçoará esse sistema com o auxílio da moderna tecnologia.
Ao longo da história, muitos têm tentado marcar certos grupos de pessoas para o extermínio, mas sempre houve alguns que conseguiram achar um meio de escapar. Porém, à medida que a tecnologia avança, parece haver uma possibilidade cada vez maior de bloquear praticamente todas as saídas. Essa hipótese é reforçada pelo emprego da palavra grega dunétai – "possa" (Ap 13.17), que é usada para transmitir a idéia do que "pode" ou "não pode" ser feito. O Anticristo não permitirá que alguém compre ou venda se não tiver a marca, e o que possibilitará a implantação desta política será o fato da sociedade do futuro não usar mais o dinheiro vivo como meio de troca. O controle da economia, ao nível individual, através da marca, encaixa-se perfeitamente no que a Bíblia diz a respeito do controle do comércio global pelo Anticristo, delineado em Apocalipse 17 e 18.
A segunda metade de Apocalipse 13.17 descreve a marca como "o nome da besta ou o número do seu nome". Isso significa que "o número do nome da besta é absolutamente equivalente ao nome, [...]. Essa equivalência indica que, como nome, ele é escrito com letras; mas, como número, é o análogo do nome escrito com algarismos".[5] O nome do Anticristo será expresso numericamente como "666".
Calculando o Número
O Anticristo não permitirá que alguém compre ou venda se não tiver a marca, e o que possibilitará a implantação desta política será o fato da sociedade do futuro não usar mais o dinheiro vivo como meio de troca.
Nesse ponto da profecia (Ap 13.18), o apóstolo João interrompe momentaneamente a narrativa da visão profética e passa a ensinar a seus leitores a maneira correta de interpretar o que havia dito. Uma leitura do Apocalipse demonstra claramente que os maus não entenderão o significado, porque rejeitaram a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Por outro lado, os demais que estiverem atravessando a Tribulação receberão sabedoria e entendimento para que possam discernir quem é o Anticristo e recusar a sua marca. A Bíblia deixa claro que aqueles que receberem a marca da besta não poderão ser salvos (Ap 14.9-11; 16.2; 19.20; 20.4) e passarão a eternidade no lago de fogo. O fato de João usar essa passagem crucial para transmitir sabedoria e entendimento aos crentes, com relação a um assunto de conseqüências eternas, mostra que Deus proverá o conhecimento necessário para que o Seu povo possa segui-lO fielmente.
Mas o que essa sabedoria e esse conhecimento permitem que os crentes façam? A passagem diz que podemos "calcular". Calcular o quê? Podemos calcular o número da besta.
O principal propósito de alertar os crentes sobre a marca é permitir que eles saibam que, quando em forma de número, o "nome" da besta será 666. Assim, os crentes que estiverem passando pela Tribulação, quando lhes for sugerido que recebam o número 666 na fronte ou na mão direita, deverão rejeitá-lo, mesmo que isso signifique a morte. Outra conclusão que podemos tirar é que qualquer marca ou dispositivo oferecido antes dessa época não é a marca da besta que deve ser evitada.
Portanto, não há motivo para os cristãos de hoje encararem o número 666 de forma supersticiosa. Se o nosso endereço, número de telefone ou código postal incluem esse número, não precisamos ter medo de que algum poder satânico ou místico nos atingirá. Por outro lado, temos que reconhecer que muitos ocultistas e satanistas são atraídos por esse número por sua conexão com a futura manifestação do mal. Porém, o número em si não tem poderes sobrenaturais. Quando um crente acredita nisso, já caiu na armadilha da superstição. A Bíblia ensina que não há nenhum motivo para atribuir poderes místicos ao número 666.
A Carroça na Frente dos Bois
Muitos têm tentado descobrir a identidade do Anticristo através de cálculos numéricos. Isso é pura perda de tempo. A lista telefônica está cheia de nomes que poderiam ser a solução do enigma, mas a sabedoria para "calcular" o nome não é para ser aplicada agora, pois isso seria colocar a carroça adiante dos bois. Esse conhecimento é para ser usado pelos crentes durante a Tribulação.
Em 2 Tessalonicenses 2, Paulo ensina que, durante a presente era da Igreja, o Anticristo está sendo detido. Ele será "revelado somente em ocasião própria" (v.6). Ao escolher a palavra "revelado", o Espírito Santo quis indicar que a identidade do Anticristo estará oculta até a hora de sua revelação, que ocorrerá em algum momento após o Arrebatamento da Igreja. Portanto, não é possível saber quem é o Anticristo antes da "ocasião própria". O Apocalipse deixa bem claro que os crentes saberão na hora certa quem é o Anticristo.
Como apontamos acima, o Apocalipse não deixa dúvida de que durante a Tribulação todos os crentes saberão que receber a marca da besta será o mesmo que rejeitar a Cristo. Durante a Tribulação, todos os cristãos terão plena consciência disso onde quer que estejam. Nenhuma das hipóteses levantadas no passado, ou que venham a ser propostas antes da Tribulação, merece crédito.
Apocalipse 13.17-18 diz claramente que o número 666 será a marca que as pessoas terão que usar na fronte ou na mão direita. Em toda a história, ninguém jamais propôs a utilização desse número em condições semelhantes às da Tribulação, de modo que todas as hipóteses já levantadas a respeito da identidade do Anticristo podem ser descartadas.
O mais importante nessa passagem é que podemos nos alegrar em saber que a identificação do futuro falso Cristo ainda não é possível, mas o será quando ele ascender ao trono. Com certeza, aquele a quem o número 666 se aplica é alguém que pertence a uma época posterior ao período em que João viveu, pois ele deixa claro que alguém iria reconhecer esse número. Se nem a geração de João nem a seguinte foi capaz de discerni-lo, isso significa que a geração que poderá identificar o Anticristo forçosamente estava (e ainda está) no futuro. No passado, houve várias figuras políticas que tipificaram características e ações desse futuro personagem, mas nenhum dos anticristos anteriores se encaixa perfeitamente no retrato e no contexto do Anticristo do final dos tempos.[6]
A Relação entre Tecnologia e a Marca da Besta
Muitos têm feito as mais variadas hipóteses sobre a marca da besta. Alguns dizem que ela será como o código de barras utilizado para identificação universal de produtos. Outros imaginam que seja um chip implantado sob a pele, ou uma marca invisível que possa ser lida por umscanner. Contudo, essas conjeturas não estão de acordo com o que a Bíblia diz.
A marca da besta – 666 – não é a tecnologia do dinheiro virtual nem um dispositivo de biometria. A Bíblia afirma de forma precisa que ela será:
  • a marca do Anticristo, identificada com sua pessoa
  • o número 666, não uma representação
  • uma marca, como uma tatuagem
  • visível a olho nu
  • sobre a pele, e não dentro da pele
  • facilmente reconhecível, e não duvidosa
  • recebida de forma voluntária; portanto, as pessoas não serão ludibriadas para recebê-la involuntariamente
  • usada após o Arrebatamento, e não antes
  • usada na segunda metade da Tribulação
  • necessária para comprar e vender
  • recebida universalmente por todos os não-cristãos, mas rejeitada pelos cristãos
  • uma demonstração de adoração e lealdade ao Anticristo
  • promovida pelo falso profeta
  • uma opção que selará o destino de todos os que a receberem, levando-os ao castigo eterno no lago de fogo.
A marca da besta é uma opção que selará o destino de todos os que a receberem, levando-os ao castigo eterno no lago de fogo.
Talvez na história ou na Bíblia nenhum outro número tenha atraído tanto a atenção de cristãos e não-cristãos quanto o "666". Até mesmo os que ignoram totalmente os planos de Deus para o futuro, conforme a revelação bíblica, sabem que esse número tem um significado importante. Escritores religiosos ou seculares, cineastas, artistas e críticos de arte fazem menção, exibem ou discorrem a respeito dele. Ele tem sido usado e abusado por evangélicos e por membros de todos os credos, tendo sido objeto de muita especulação inútil. Freqüentemente, pessoas que se dedicam com sinceridade ao estudo da profecia bíblica associam esse número à tecnologia disponível em sua época, com o intuito de demonstrar a relevância de sua interpretação. Mas, fazer isso é colocar "a carroça na frente dos bois", pois a profecia e a Bíblia não ganham credibilidade ou legitimidade em função da cultura ou da tecnologia.
Conclusão
O fato da sociedade do futuro não utilizar mais o dinheiro vivo será usado pelo Anticristo. Entretanto, seja qual for o meio de troca substituto, ele não será a marca do 666. A tecnologia disponível na época da ascensão do Anticristo será aplicada com propósitos malignos. Ela será empregada, juntamente com a marca, para controlar o comércio (como afirma Apocalipse 13.17). Sendo assim, é possível que se usem implantes de chips, tecnologias de escaneamento de imagens e biometria para implementar a sociedade amonetária do Anticristo, como um meio de implantar a política que impedirá qualquer pessoa de comprar ou vender se não tiver a marca da besta. O avanço da tecnologia é mais um dos aspectos que mostram que o cenário para a ascensão do Anticristo está sendo preparado. Maranata! (Thomas Ice)



Pastor Eduardo Alves
Pastor Eduardo Alves
"God was, is and always will be the only Master in my life. Troubles comes and go, but with Jesus in our lives, we will have hope for better days and happiness"
Sacramento Faith Prayer and Worship Ministries